sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Transformação espiritual – parte 01

Eram sete horas da manhã. As crianças estavam quase prontas para irem ao colégio. A mãe, com um aperto no coração, aguarda o marido, que tinha passado a noite fora e até aquele momento não havia chegado. Um nó na garganta corta o silêncio quando a mãe diz: "Filhinhos, seu pai não chegou ainda com os pães, e vocês não podem se atrasar. A mamãe vai torrar este pão e vocês dividem entre os três". Dia a dia esta cena se repetia. A mulher já não mais suportava aquela situação.

- Meu Deus, tem misericórdia! Já não sei o que fazer.

As crianças, apesar do pouco alimento, não reclamavam, exceto o mais velho que desconfiava que a mãe estava escondendo algo. No caminho para a escola, ele pensava:  "Vou falar com a mamãe. Precisamos chamar o pai para que ele assuma sua responsabilidade. De hoje não passa".

No mesmo instante, em sua casa, a mãe, de joelhos pede clemência aos céus quando é interrompida pelos gritos do marido...

- Mas não é possível, estou loucamente querendo um café e você ainda não fez?

A mulher calmamente responde: 
- Como poderia fazer, se não temos mais o pó?
- Mas cadê o dinheiro que você ganhou com as últimas costuras?
- Precisei pagar o material escolar dos garotos, que por sinal foram muito caros.
- Isso é uma droga, nem café tem nesta casa! - Continuava a resmungar o marido.

"Droga" era esta a pequena palavra que estava destruindo aquela família.

Tudo começou com um joguinho aqui, sem muito compromisso. Mas que houve um ganho de alguns reais.  “Quem sabe amanhã não ganharei mais?” Era esta a frase daquele senhor que há pelo menos 20 anos não percebia que estava a cada dia se afundando um pouco mais. Não percebeu o sofrimento calado de sua esposa, não percebeu que seu filho mais velho fez seus quinze anos, tornou-se um rapaz. Não percebeu a meiguice de sua filhinha de cinco anos e sua empolgação para o primeiro dia de aula. Não percebeu que o filho do meio, por não conhecer a verdade, tinha o seu pai como o grande HERÓI. ...

Aqui temos uma história fictícia que retrata muito nossa realidade. Pais sem compromisso que não assumem sua responsabilidade. Talvez, iludido pelo ganho fácil, este pai aqui retratado estava jogando fora o que demais precioso tinha, sua família. Tudo podia ser diferente. Se este senhor, mencionado nesta história, conhecesse e praticasse um lindo versículo registrado no livro de provérbios, 22:6: "Instrui o menino no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele".

O que percebemos é que muitos estão procurando veredas e se desviando do verdadeiro caminho. É notório que este pai não tinha um referencial digno. Seu caminho era traçado pela cobiça. Talvez ele sentisse inveja de seus companheiros que tinham muitos bens, e o caminho que ele encontrou para ter ganhos rápidos foi o jogo, e, por consequência, bebidas, drogas e tudo o mais que leva ao abismo. 

"Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele conduz à morte." Prov. 16:25.

Este homem, conforme mencionamos, buscava riqueza onde não tinha e se esqueceu de contemplar seu grande tesouro: 
"Quem encontra uma esposa acha uma coisa boa; e alcança o favor do Senhor". (Prov. 18:22).
Esta estimada esposa, por mais de vinte anos, viveu a esperar que o marido caísse na real. Ela suportou todo o fardo de ter um homem inútil para a vida, sem resmungar. Ela nem ao menos desabafava com seu filho mais velho. Por amor a Cristo, e ao seu esposo, ela tudo suportou:
 "O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". 1Co 13:4-7.
 O lar dessa mulher só não fora destruído porque ela creu na promessa do Senhor:
"Longe está o Senhor dos ímpios, mas ouve a oração dos justos". Prov. 15:29
O lar desta senhora fora transformado. Seu marido fora convertido. Seu filho, o canal que Deus usou.



Continua no próximo post...
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Um grande abraço!
Professor Rivaldo Neri

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